O mutirão faz parte do estágio II dos estudantes do curso de Direito.
Na última sexta-feira, 21 de outubro, estudantes do estágio II participaram de um mutirão carcerário no presídio feminino de Luziânia. A ação ocorreu sob supervisão do professor Raimundo Barros.
Na ocasião foram realizados atendimentos de mais de 40 internas que estão cumprindo pena e/ou estão em privação de liberdade provisoriamente. Durante o mutirão foram analisados processos criminais e execuções penais que tramitam em diversas comarcas do Entorno Sul do Distrito Federal para análises de benefícios.
Zenaide (nome fictício) foi uma das assistidas na última sexta-feira e agradeceu o atendimento realizado pelo Núcleo de Prática Jurídica (NPJ). Com o atendimento ela pode ficar ciente de todos os trâmites de seu processo. “Quando temos este atendimento ficamos mais tranquilas, pois ficamos cientes como estão nossos processos. Estou há quase três anos aqui aguardando meu júri e fiquei sabendo como está meu processo. Quero sair daqui e erguer minha vida, ficar perto de meus filhos.” Disse a interna.
Jackson Novais, oitavo semestre de direito matutino, enalteceu sua participação e dos demais alunos: ”Este momento é muito gratificante, pois é a oportunidade de aprendermos na prática e ainda repassar às internas as informações sobre seus processos”. relata.
Já a aluna Patrícia Esteves, oitavo semestre de direito noturno, também diz que foi importante sua participação “Aprendi a verificar os processos no sistema jurídico, na prática estou aprendendo muito. Essa vivência está sendo enriquecedora, pois estou conhecendo o outro lado que é o trabalho realizado pela diretora e por toda a equipe, passei a enxergar os sentenciados com outros olhos”.
Para a Diretora Andrea Fiqueiredo o trabalho realizado “é muito positivo, muitas presas não tinham assistência jurídica, isso causava muita ansiedade, agressividade no comportamento, com cada atendimento , elas estão tendo a oportunidade de ver como está a movimentação do processo delas, orientar sobre o que precisava, surtiu efeito direto nessa população carcerária, em ter interesse em participar de algum projeto educacional para remissão, no comportamento para não ter condenação em PAD. Na unidade sentimos também o impacto direto na diminuição da população carcerária, tivemos em média a diminuição em 15% no número de presas. Isso graças a movimentação nesses processos, um exemplo, com pedidos de homologação de remissão para atingir o prazo de progressão.”
Para o professor e advogado Raimundo Barros há ganho dos dois lados, pois as internas têm a oportunidade de terem as informações de seus processos e até pedidos feitos por nós e também há um ganho social por parte dos alunos, tendo vista que este trabalho os auxiliam em uma formação mais humanizada.
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